Capítulo 2 "O Fugitivo"
{Ponto DE Visão loOH}
Oi, meu
nome é Lorena, mas pode chamar de Looh, tenho 18 anos e moro sozinha nessa casa
enorme.
Estava vendo um filme quando de repente
ouvi um barulho alto vindo do meu quarto, então fui até lá, entrei, só que no
mesmo instante volto para a sala pois tinha ouvido meu celular tocar. Vi que
era uma mensagem da minha amiga, então deixei para responder depois, estava
curiosa para saber o que tinha feito aquele barulho todo.
De novo, subi as escadas e fui para meu
quarto, cheguei e liguei a luz dessa vez, então eu vi um cara, loiro de olhos
castanhos, com as roupas sujas e um pouco rasgadas. Me assustei e gritei.
(...)
-Qual seu nome?
- Ross. - falou o jovem ainda chorando.
-Calma, Ross...! Você pode me dizer que lugar é esse? -
Pergunto tentando entender.
-Um... um... - fala entre soluços.
-Calma, cara! Para você estar desse jeito, é porque o
negócio não é muito bom, né?
-Aquele lugar é horrível! Meu pior pesadelo é voltar para
lá!
-Oh, Meu Deus...! Será que dá para falar que merda de
lugar é esse?
-Um hospital...
- Ah...! Você está fugindo de um hospital? Sério? Está
com medo do que, dá injeção? -Digo indignada.
- UM HOSPITAL PSIQUIÁTRICO, CARAMBA!!- Ele diz aos
berros.
-Ah... PERA! Quer dizer, tipo, um manicombio?
- Quer dizer manicômio... e sim, é tipo isso aí...! -
Diz ele me corrigindo.
- Foi mal, só consigo falar assim, para mim esse é o certo!
- retruco.
-Tanto faz! Só não
quero voltar para lá! Por favor, não me entrega!?- ele implora.
-Não vou, mas... por que você estava lá? - pergunto.
-Me colocaram lá à força! - ele diz soluçando.
-À força?
-Sim... bom...-Ele tenta se explicar, mas não consegue.
-E por quê? - Pergunto curiosa.
-Para falar a verdade eu não sei...! Nunca me falaram o
porquê, e olha que eu estava lá a tanto tempo! -Ele diz com a cabeça baixa.
-Quanto mais ou
menos? -Pergunto.
-Acho que uns... - Ele parou de falar, e disse
ponderando - 10 ou 11 anos...
-E você tem quantos agora? - Digo tentando ajudar.
- 20 anos se não me engano- ele responde rapidamente.
- Eita porra!! - falei espantada - Então tipo, você estava
lá desde os seus 9 anos??
- É... Tipo isso.
-Mas e sua família? Seus pais, seus irmãos, se você
tiver...-Digo tentando ajudá-lo a se lembrar de algo.
- Eu não sei... não me lembro deles, nem de seus
rostos...- ele diz abaixando a cabeça.
-Putz..., mas tipo, é fácil de descobrir isso...!
- Sério? Como? - Ele diz curioso.
-Bom, seu nome não é só Ross, certo? Sabe seu
sobrenome? - Digo pegando meu notebook.
-Pior que não... eles nem me chamavam de Ross lá, para
falar a verdade, era só "loiro número 8"!
-Uau...! Depois dessa perdi até a vontade de conhecer
um manicombio! - digo indignada.
-Manicômio...- ele me corrigiu.
-Tanto faz! - ele deu uma risada fraca.
-Você é meio engraçada...
-Obrigada!
-Espero que eles não me achem aqui... Minha vida seria
tão melhor sem ter que ficar fugindo! - ele diz cansado.
-Bom, Ross, a partir de agora você mora aqui! E não se
preocupe porque você não vai voltar para aquele lugar, isso te garanto! - Digo
com um ar seguro.
-Sério? Obrigada! - Ele dá um sorriso de orelha a
orelha.
- Bom, eu tive uma ideia.
-Qual? - ele diz com a cabeça inclinada.
-Que tal você
tomar um banho, porque parece que faz tempo que você não vê um sabonete, e
depois procuramos sua família.
-Bom... Quanto ao banho, para falar a verdade nem me
lembro qual foi a última vez que tomei....
- Uau...
- É uma boa ideia..., mas tem dois problemas!
-Quais? - Pergunto.
-Primeiro: Eu só tenho essa roupa que estou vestindo.
Segundo: Como vamos procurar meus pais? - Ele diz apontando para suas roupas
rasgadas e sujas.
-Não esquenta, eu tenho uma ideia! E quanto às roupas,
pode usar as do meu irmão!
-Ele não vai brigar?
- Ele diz com medo.
-Relaxa, ele está
viajando. E não vai voltar tão cedo assim! - Eu digo pegando algumas roupas de
meu irmão.
- Ah, sendo assim está
bom! Obrigado de novo!
-Ah, que isso!
Agora vai para o banheiro!
- Onde é? -ele
pergunta já no corredor.
-Essa porta aqui -
falei mostrando para ele.
-Ata, valeu! - ele olhou para a porta e sorriu.
Peguei
uma toalha e umas roupas emprestadas e dei para ele. Enquanto isso, peguei meu
notebook e comecei a pesquisar algumas coisas, até que recebi uma mensagem no
celular, fui ver e era minha amiga, Sam. Como eu não estava conseguindo muita
coisa na pesquisa, resolvi pedir sua ajuda:
*Mensagem on*
(...)
Sam256: Que
tipo de ajuda?
Looh007: Bom... se você puder vir aqui...
Sam256: Lorena, tá maluca? São 4 da manhã!
Looh007: É sério! Aconteceu uma coisa e preciso da sua
ajuda, quer dizer, você que é a esperta, a inteligente...
Sam256: Mas o que aconteceu, Meu Deus?
Looh007: Quando você chegar aqui eu te explico! É
sério, vem logo!
Sam256: Ah, só você mesmo, viu!? Já to indo!
Looh007: Vlw!!
*Mensagem
off*
Alguns minutos depois, Ross sai do banho e
entra no meu quarto.
-Olha aí, que
diferença!? Está bem melhor agora! É bem mais bonito :v! - ele ficou meio sem jeito,
mas logo falou.
-Valeu... o que está
fazendo? -Pergunta ele vindo até mim.
-Bom... eu tentei
procurar alguma coisa sobre seus parentes aqui, mas não achei nada...
-Talvez se você me
perguntasse alguma coisa...- Disse ele olhando para mim.
-Como se você
disse que não lembra de nada sobre eles? - O olhei um olhar preocupado.
-Ah, verdade... - Ele
diz com ar triste.
-Calma, aí! Vamos
achar eles, se vai ver! - Digo olhando para ele com olhar determinado.
-Espero...- E ele
se cala.
De repente a campainha toca.
-Ai, Meu Deus!! Me
acharam! Droga, que que eu faço?? Que que eu faço?? - Fala ele em total pânico.
-Calma, caralho! É
só minha amiga! - Digo tentando tranquilizá-lo.
-Como você pode
ter certeza??- Ele diz levantando uma sobrancelha.
-Porque eu disse para
ela vim! E outra, se aquelas porras baterem aqui em casa, é só eu falar que
nunca ouvi falar de você na vida! - Digo olhando para ele.
-Isso é um
alívio...- Ele declara com um sorriso leve no rosto.
-Fica aqui, eu já
volto. – Digo seguindo até a escada.
-Ok.
Desci e fui abrir a porta, logo vejo a
Sam com uma cara não muito feliz...
-Salve puta! - A
cumprimento quando ela entra.
-Dá para me falar
agora o que está acontecendo? – Ela fala com a cara fechada.
-Bom... se você
vier até meu quarto, vou te mostrar uma coisa! Só não assusta ele está? -
Aponto a escada.
-Ué...? Ele quem?
- Ela pergunta confusa.
-Vem comigo! -
Digo me virando e indo até meu quarto com Sam em meus calcanhares.
Subimos fomos direto para o meu quarto,
chegando lá...
-Então né, Looh...
não tem ninguém aqui! - Disse Sam olhando para os lados procurando o jovem.
- Ué...? Cadê a
criança? - Falei confusa.
-Tem uma criança
aqui? - Ela pergunta surpresa.
-Não, ele já tem
20 anos! - Digo procurando o meliante.
-Ué...- Ela diz
segurando o riso.
-Acho que sei onde
ele está! - Digo rindo.
-Onde? - Ela segue
meu olhar até a cama.
Olhei em baixo da cama e lá estava a
criança fugitiva!
-Porque tu está
aí? - Digo olhando para ele indignada.
-Vai que ela é uma
dos que querem me pegar! - Ele resmunga zangado e assustado.
-Ross, sai daí de
baixo, vai! - Estico minha mão para ajudá-lo.
Ele saiu e Sam olhou espantada para o
mesmo.
-Nossa! - Sam dá
um pulo para trás.
-Pois é! Imagina
minha reação quando vi ele aqui no meu quarto!
-Tem certeza que
ela não é um deles? - Ele pergunta ainda desconfiado de Sam
-Ross, larga de
ser paranoico! Ela é só minha amiga, a Samantha! - Tento explicar a ele mais
uma vez.
-Ross, é? - Sam
mira-o dos pés à cabeça.
-Oi... - Ele
responde meio tímido.
- Agora que a
gente já se conheceu, dá para você falar o motivo de eu ter saído dá minha casa
em plena 4 da manhã? - Ela indaga levemente agitada.
-Bom... resumindo
a história, ele fugiu de um manicombio e veio pedir "abrigo" aqui!
-Manicômio! Parece
que não aprende! - Ele me corrige irritado.
-Vichi, relaxa que
logo você faz igual eu, desiste de tentar corrigir essa daí!
- Aí, tanto faz,
gente! - Tento focar no assunto de Ross ter fugido de um manicômio.
-Então quer dizer
que você fugiu e a Looh está ajudando você a se esconder aqui? - Sam diz
tentando entender.
-Aram! - Ele
responde levemente entusiasmado.
-Ok, e no que eu
vou ajudar? - Sam pergunta olhando para mim.
-Me ajuda a achar
a família dele! - Digo em um tom sarcástico.
-Ué, pergunta para
ele! - Ela me responde no mesmo tom.
-Não dá, ele não
lembra de nada! - Retruco com um ar de preocupação.
-Aí, complica!
Deve ter alguma coisa sobre ele que possa ajudar, nesse manicômio aí, já tentou
procurar? - Ela pergunta tentando recolher alguma informação que pudesse
ajudar.
-Não... - Digo
entristecida.
-Se também é
esperta, hein ô coisa! - Ela diz com um leve ar de indignação.
-Ah, mals aí! -
Digo tentando acalma-la.
-Então, Ross, sabe
o nome do negócio lá que você fugiu? - Ela pergunta a Ross enquanto ela se
dirige para a minha cama.
-Acho que é
Instituto Saarne... - Ross responde com pouca certeza.
-Ok. - Ela pegou
meu notebook e começou a pesquisar
Enquanto Sam pesquisava sobre o manicômio
onde Ross ficava até o momento, ele e eu tentávamos refrescar sua memória sobre
o que era uma pizza.
-Há quanto tempo
você não come uma pizza?
- Pizza? O que é
uma pizza? - ele pergunta confuso.
-MEU DEUS, VOCÊ
NUNCA COMEU UMA PIZZA?!- Eu exclamo indignada.
Eu pego o telefone e disco para minha
pizzaria favorita e peço 4 pizzas. Demorou cerca de 45 minutos após a ligação
para sua campainha tocar. Ross se assusta com o som e corre para baixo do sofá
azul.
-Pizzaria - Alguém
exclama do outro lado da porta
-Já vai...- Digo enquanto
encontro o dinheiro e vou atender a porta.
A porta se abre e há uma jovem de cabelos
vermelhos segurando as pizzas em seus braços
- Boa noite, deu $ 100,00
e você ganhou uma garrafa de 2 litros de Fanta. - Ela diz enquanto entrega as
pizzas e o refrigerante.
-Uau, obrigada!
Aqui estão os $100,00. - Digo entregando o dinheiro para a jovem.
-GABI!!- Sam exclama
de dentro da sala de jantar.
-Sam! O que diabos
está fazendo aqui? - diz ela com um sorriso olhando para dentro da casa.
-Vim ajudar minha
amiga. Você conhece alguma família que tenha algum integrante chamado Ross? -
Ela pergunta para a jovem tentando descobrir se ela pode ajudar.
-Infelizmente, não
por que? - Ela pergunta curiosa com a pergunta de Sam.
-Por nada, um cara
do Tinder chamado Ross me chamou outro dia, só isso. - Ela diz tentando
disfarçar, o volume embaixo do sofá que era o Ross.
-Ata, tô vazando
tenho entrega para fazer- ela se vira e sobe na moto- Até outra entrega, tchau-
ela dá partida e desaparece de vista em menos de 5 minutos.
Depois de Gabi ter ido embora Looh tirou
Ross de baixo do sofá e o entregou uma fatia de pizza.
-Obrigada, isso é
uma pizza então? -Ele dá uma enorme mordida- caramba é muito bom!
-Como você ficou
tanto tempo sem pizza cara? Eu já teria enlouquecido.
Depois de muita pizza e muitas risadas,
todos estavam cansados de comer, rir e procurar o passado duvidoso de Ross,
todos decidiram dormir, como tinham dois quartos de hóspedes um ficou para Sam
e um para Ross.
Durante a noite, Sam começou a ouvir alguns sons
e vozes, mas ignorou até sentir uma respiração em seu pescoço. No mesmo momento
em que sentiu se levantou e foi para a cozinha beber um copo de água para se
acalmar. Enquanto estava na cozinha as vozes continuavam a dizer, mas mesmas 4
palavras "Sangue, morte, hospital, irmão". As vozes a perturbaram no
decorrer dá noite até bater 7 horas, quando as vozes sessaram.
Na manhã seguinte, quando todos acordaram,
eu comecei a ouvir alguns ruídos vindos do andar de cima, onde se localizava o
quarto do Ross. Quando algo bateu na parede.
-Vocês
ouviram isso? - Perguntei intrigada.
- Isso o que?
- Perguntou Sam.
- Nada, deixa
pra lá. - Disse dando de ombros enquanto ouvia outra batida na parede.
Depois desse momento maluco, tomamos nosso
café e voltamos a procurar o passado duvidoso de Ross.
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