Capítulo 2
-Aquele trabalho de filosofia... - Comecei a
sussurrar- Só concorda... - Enquanto sentia o olhar pesado dos outros dois nas
minhas costas. Peguei o braço do Luís e saímos andando dali o mais rápido
possível.
- Qual a treta da vez desses dois?
-O Felipe por algum motivo não quer deixar eu e a Looh
irmos ao Parque depois da aula.
- Olha, a Lorena eu até entendo ele não querer, mas
você? Que estranho...
- Não sei o que se passa na cabeça dele, mas sei que
passei mol vergonha com aquela gritaria quando cheguei na escola.
- Isso porque você não ouviu eles gritando antes de
você chegar, deu para ouvir lá do pátio.
-Quero nem saber- Rimos. - E obrigada por aparecer
agora, você me tirou de uma decisão difícil. - Expliquei a cena que estava um
pouco antes de ele aparecer.
-Imaginei que precisaria de ajuda com esses dois
quando te vi chegar lá em baixo, então fiquei por perto.
- Obrigada mesmo!
- Nada! Aqui, sala de história né?
- Sim, obrigada de novo!
- Não agradeça! - E foi embora.
Só então me
dei conta que não tinha pego meu material, achei que dava tempo de correr até o
armário e pegar, então fui, mas no caminho encontrei uma pessoa bem
desagradável, Ross Lynch, o cara mais chato e desnecessário da escola.
-Onde vai com tanta pressa? - Ele ne empurrou na
parede.
-Não é da sua conta!
- Estou como monitor de corredor! E você deveria estar
na sala agora!
- O sinal nem bateu ainda meu querido... -Nem terminei
de falar, o maldito tocou.
-Acabou de tocar- E me olhou com cara de deboche.
- Não sou surda, eu ouvi seu babaca!
- Toma uma advertência por estar fora da sala sem
permissão e outra por ter me insultado! - E jogou no chão. Olhou para baixo e
meteu outra folhinha contra meu braço e disse. - Outra por jogar papel no chão.
- Mas foi você! -Ele virou as costas para mim e
começou a andar e se exibir com a sua camiseta do time de basquete.
- Babaca! - Peguei os papéis do chão e joguei no lixo.
Fui correndo até meu armário e peguei meu material, cheguei na sala e bati na
porta.
-: Não acredito, você atrasada? Justo em dia de prova?
Samantha, Samantha, sinto muito, mas vai ter que ir para a sala do diretor! -
Fez sinal de reprovação e fechou a porta. Fui então para a sala do
diretor.
-Já sei, a professora já comunicou seu atraso, e não
quero desculpas, eu vi que você chegou na sala na hora e depois foi passear!
Como castigo vai perder a prova com consulta e fará outra de recuperação sem
consulta depois da aula!
-Não, eu não fui passear! Eu posso explicar, foi o...
-Chega! -Disse decidido- Estou cansado de alunos
descompromissados, e não esperava esse comportamento de você! Por favor, se
puder sair, tenho trabalho a fazer! Sai da sala e sentei num banco, contei até
três para me acalmar.
-Ross seu pau no cu! Você me paga seu desgraçado!!!
Fui para o
banheiro e fiquei lá até a segunda aula começar. Quando chegou ao intervalo
estava na mesa almoçando sozinha e lendo quando a Lorena veio falar comigo.
- Olha eu quero ir muito no parque hoje, não se
importa com meu irmão, ele não vai parar de falar com você, ele te adora! -Felipe
chegou nessa hora.
- Olha isso é verdade! Eu gosto das duas, por isso não
quero que vão!
- Para de falar o que eu tenho que fazer! Você não é meu
pai!
- Mas sou seu irmão!
- E?
- CALEM A BOCA! -Os dois e mais todo o resto a volta
me olharam estranhando.
-Você... Está bem? - Disse assustado.
Contei para
eles o que tinha acontecido. Ficaram indignados, mesmo assim riram da minha
pequena desgraça. Depois de desabafar, estava bem melhor. Então decidimos ir ao
parque depois que eu fizesse a prova. O dia correu bem até, mas aquela sensação
de algo errado foi ficando cada vez mais forte. Quando finalmente terminei a
prova e sai da escola, comecei a procurar os dois que tinham ficado me
esperando. Não os achei, então pensei que tinham ido na frente, resolvi ir para
o parque então, mas de repente uma viatura passou do meu lado na rua, pediram
que parasse, um policial saiu do carro e perguntou.
- Seu nome é Samantha? Samantha Bovo?
- Sim, pois não?
- Você está presa, e tem o direito de ficar calada até
segunda ordem. - E foi me algemando.
- Eu não fiz nada!
- É o que todos dizem! - Algo estava errado naquilo
tudo.
- Você, não é policial de verdade, -As frases pularam
da minha boca. - Esse distintivo é roubado de um verdadeiro policial! - Quando
percebi já tinha falado.
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