sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Capítulo 4 "O Fugitivo"

{ponto de visão Gabs}
   Oi, meu nome é Gabriella, mas todos me chamam de Gabs, tenho 23 anos, sou freelance e estou ajudando a achar a família desse tal de Ross.
  Depois de sair da casa de Looh, fui direto para casa me arrumar para esse tal jantar que Riker me convidou. Guardo minha moto com o capacete na garagem e subo diretamente para o meu quarto, abro meu armário e escolho um vestido preto e azul que tem um shortinho em baixo, jogo-o em cima da cama e vou para o banheiro. Ligo a banheira e escolho minhas bijuterias e meu salto preto. Tomo banho, me arrumo e olho meu relógio.
-Caramba já são 20:45. Vou pegar minha jaqueta e acelerar para chegar as 21:00.
  Desço correndo, coloco minha jaqueta, o capacete e envio uma mensagem para Sam e para Riker dizendo “Estou indo”.  Subo em minha moto e vou direto ao restaurante. Chegando lá, ele estava me esperando na porta com um buquê de rosas vermelhas e amarelas em sua mão. Entrego minha moto e meu capacete ao vallet e vou ao seu encontro.
- Você está deslumbrante para quem veio de moto a 100 km/h. - Ele me abraça e me entrega o buquê
- Obrigada, você também está muito bonito com esse terno. - Olho as rosas e volto meu olhar para ele. - Vamos entrar?
-Claro, estava esperando minha bela acompanhante! - Ele coloca sua mão em minhas costas e me guia até uma mesa iluminada com um candelabro todo detalhado.
    Nos sentamos um de frente para o outro e fomos atendidos, recebemos nosso cardápio e Riker já pediu de imediato uma garrafa do melhor vinho do restaurante. O garçom se retirou e ficamos analisando as opções do cardápio. Quando o vinho chegou, pedi um prato com frango “canard à l’orange” (pato com laranja) enquanto ele pediu um prato com carne “gigot d’agneau” (Pernil de cordeiro). Enquanto estávamos degustando o vinho resolvi colocar o plano em prática.
- Então... Você nunca me falou sobre você ou sobre sua família... Tem irmãos? - O pergunto com interesse nos olhos.
-Bom... Tenho irmãos sim, somos em 5. - Ele pousa sua taça na mesa e me olha intrigado.
- Deve ser uma casa bem movimentada, como eles são?
-São parecidos comigo, mas perdi meu irmão quando tinha 9 anos para uma doença horrível. - Ele diz com lágrimas no rosto.
- Sinto muito. Olha, nossa comida chegou. - Digo quando o garçom colocou os pratos em nossa mesa.
   Enquanto estávamos comendo ficamos conversando sobre a cidade e entre outras coisas variadas para ele não desconfiar de nada. De gole em gole, acabamos com 2 garrafas de vinho, mais ele do que eu na verdade. Quando estávamos falando de vezes que ficamos no hospital, encontrei a brecha perfeita para falar do Instituto Saarne.
- Já ouviu falar do Instituto Saarne? - Digo ainda com um sorriso da última história desastrada de quando ele se machucou.
- Sim, já ouvi falar, acho um lugar bem triste até, parece uma prisão. - Ele me responde com um olhar interessante.
-Eu também acho, fico triste até de lembrar da avó de uma amiga que está internada lá dentro. Conhece alguém que trabalha ou está lá?
-Conhecia na verdade, meu irmão que morreu. Foi dado como morto a algum tempo atrás. Estava próximo do aniversário de 21 anos dele, eu ia visita-lo todo ano em seu aniversário. - Ele me respondeu triste.
- Nossa, ele era tão novo... Qual era o nome dele? - Aproveitei que ele já estava embriagado e estava chamando o garçom para pedir a conta.
- Era Ross, sofria de Síndrome de Capgras, ele acabou pulando de uma janela pelo que eu soube pelos médicos que me ligaram. - O garçom entrega a conta, ele paga e começamos a ir para a porta.
- Obrigada por tudo Riker, e mais uma vez, sinto muito pela morte do seu irmão. - Estava indo em direção a minha moto quando ele segura meu braço e me puxa- Mas que dia...
    Ele então me abraçou e começou a chorar. O abracei e tive que solta-lo para poder ir diretamente para a casa de Looh contar o que tinha acontecido e sobre o que descobri dele e dos familiares. Precisava me livrar dele e ir diretamente para lá.
- Obrigada... Por se importar tanto comigo... - Ele tira uma caixinha do bolso do paletó e me entrega. - É um cantil de prata. Sei o quanto gosta de levar bebida no bolso. Bom tenha uma boa noite, se precisar de mim estarei no Dodgers.
-Obrigada Riker, sabe onde me encontrar. - Aponto para o celular e vou em direção a minha moto.
  Depois de dirigir por 10 minutos, cheguei na casa de Looh. E imediatamente desci da moto, toquei a campainha e esperei ansiosamente para que alguém atendesse a porta. Esperei, esperei e esperei, portanto ninguém atendeu por ser mais de 2:00 da madrugada. Resolvi mandar algumas mensagens para Sam para saber onde ela estava.
*Mensagem on*
Gabs2309: Sam?
Sam256: Fala puta
Gabs2309: Onde vcs estão?
Sam256: estamos na casa da Loh ue
Gabs2309: EU ACABEI DE ESPERAR POR VINTE MINUTOS AQUI NA FRENTE BUÇANHA!
Sam256: ah foi mal não ouvimos a campainha.
Gabs2309: abre a garagem para mim pfv.
Sam256: Blz to abrindo.
*Mensagem off*
    Depois de alguns minutos esperando, Sam abre a porta da garagem. Puxo minha moto para dentro e vou ajudar ela a fechar a porta que parecia estranhamente leve. Sam me acompanhou até a sala onde encontramos Ross e Looh descendo as escadas rindo da cara da Sam. Sentei no sofá e todos se sentaram à minha volta.
- O que conseguiu descobrir sobre o Ross e a família dele? - Perguntou Looh
- Bom, primeiro que o seu sobrenome Ross, é Lynch e você tem 3 irmãos e 1 irmã. E... que sua família acha que você está morto...
-COMO É QUE É?! - Os 3 gritaram juntos.
- Falem baixo! Riker é seu irmão mais velho, ele ia sempre te ver no seu aniversário, quando você fugiu, os médicos ligaram para ele e disseram que você tinha se jogado de uma janela e tinha morrido com a queda. Você estava sendo tratado com vários remédios para esquizofrenia e Síndrome de Capgras. Pelo que ele me contou ninguém comenta sobre você em casa desde quando foi levado aos seus 9 anos... - Digo séria.
- Isso está me cheirando a treta. - Looh fala e olha para o Ross.
- Temos que pesquisar tudo que puder sobre isso! -Sam exclama entusiasmada. - Precisamos de históricos médicos, reportagens de quando Ross foi colocado lá... Tudo que possa ter alguma evidência do porquê de você ter sido internado naquele lugar horrível. - Ela olha para Ross e para mim.
- Eu posso tentar conseguir os documentos hospitalares do Instituto enquanto vocês pesquisam sobre o Ross e sobre a família dele.- Digo tentando organizar as coisas.
-Beleza então, mas como vai fazer isso? - Looh me encara com ar de superioridade.
-Você esqueceu que sou freelance e tenho um golpe na manga chamado suborno? Já fiz isso naquele hospital, posso fazer de novo. - Digo me garantindo.
- Então é melhor todo mundo dormir porque amanhã o bagulho vai ser louco. - Sam diz empurrando todo mundo escada acima.
   Então eu peguei minhas roupas no bagageiro da moto, tirei a maquiagem e fomos cada um dormir em um cômodo da casa. Loh e Sam no quarto dela, Ross no quarto de hóspedes e eu fiquei na sala próxima a lareira. Comecei a pensar em toda essa treta e como eu iria fazer isso... foi aí que lembrei do meu contato que trabalha no Instituto Saarne. Já sabia como tinha que fazer e o que fazer, só precisava de U$ 20.000,00 (vinte mil dólares) e eu já tinha essa grana na moto.
  Na manhã seguinte, todos acordamos bem cedo para colocar o plano em prática. Tomamos um café reforçado e começamos a nos preparar para fazer as coisas, Looh e Ross ficariam aqui pesquisando na internet sobre a família dele, enquanto Sam ia para o antigo jornal da cidade e eu ia para o Instituto Saarne, mas antes, precisei mandar algumas mensagens...
*Mensagem on*
Gabs2309: Luis, preciso de um favor...
Luis753: Fala ae
Gabs2309: Preciso de todo o histórico hospitalar de ROSS LYNCH ou LOIRO NUMERO 8 do Instituto Saarne.
Luis753: Sabe meu preço...
Gabs2309: Sei, quando estiver com os papeis me entregue que te entrego em dinheiro vivo.
Luis753: Frete é mais caro...
Gabs 2309: Eu vou buscar né animal. Marca um local discreto.
Luis753: blz.
*Mensagem off*
     Sam se encontrou comigo na garagem e pediu uma carona até o jornal. Subimos na moto e tive que ir a 60 km/h já que Sam tem medo de ir rápido demais. Enquanto estávamos indo resolvemos passar na delegacia e falar com o delegado que também era um contato meu. Peguei U$ 500,00 no bagageiro e fomos direto na sala do delegado. Chegando lá, ele nem ficou espantado.
-Senhorita Neves, que prazer em vê-la. - O delegado nos cumprimenta.
- Olá Erikson, também é um prazer em vê-lo.- Ele nos mostra as poltronas, vamos em direção a elas e nos acomodamos.
- O que precisa Neves?
-Preciso de todos os arquivos relacionados aos Lynch de 13 anos atrás até esse ano.
- O que ganho com isso?
  Eu retiro da minha jaqueta um envelope com o dinheiro e jogo em sua mesa. Ele analisa rapidamente minha face e pega o envelope, o abre sem tirar o conteúdo, conta e me olha novamente sem reação.
- Passe aqui mais tarde que terá o que precisa.
-Obrigada, bom temos que ir. Obrigada pela atenção delegado. - Ele nos acompanha até a saída.
   Voltando as ruas de Louisiana, passamos pela casa dos Lynch onde Riker se encontrava na varanda, ele me viu e acenou, acenei de volta e quando notei ele tinha voltado a beber seu whisky com gelo. Uma mulher, provavelmente a Sra. Lynch, aparece e se senta ao seu lado, parecia estar brigando com ele e o arrastou para dentro. Continuamos vagando a 60 km/h até chegarmos ao jornal “Abelha Diária”, deixo Sam e estaciono em um posto de gasolina para abastecer. Enquanto isso recebi a mensagem que precisava.
*Mensagem on*
Luis753: Dodgers ao meio dia
Gabs2309: Estou abastecendo e vou direto
*Mensagem off*
    Termino de abastecer a moto, pago com meu cartão e vou para casa trocar de roupa. Chegando lá, encosto minha moto na garagem e vou me trocar. Coloco uma calça rasgada preta, uma blusa de caveira vermelha e minha jaqueta. Subo na moto e dessa vez saio acelerando a 100km/h em direção ao bar Dodgers. As 11;59 estava estacionando quando vejo Luis, meu amigo chegando com uma pasta grossa do Instituto. Resolvo dar um susto nele chego em suas costas silenciosamente e...
-PA! - Ele toma um susto tão grande que dá um salto e quase derruba os papéis.
- Por amor a Lúcifer Gabs!
- Aí como eu amo isso! - Dou um abraço nele e o puxo para dentro.
- Trouxe o combinado? - Ele diz puxando uma cadeira no fundo do bar.
-Sim. E como combinado...- Tiro os envelopes de debaixo da jaqueta e o entrego. - Em dinheiro vivo. Onde está sua parte?
- Aqui...- Ele me passa a pasta e eu guardo em meu colo. - O que acha de uma porção de fritas para disfarçar?
- Boa ideia. - Vou até o balcão e peço as fritas e dois chopes. Volto para a mesa e me sento.
    Ficamos conversando sobre nossos trabalhos, amigos, dinheiro, e comemos 3 porções de fritas com queijo e 2 chopes cada um. Enquanto conversávamos percebemos que meu celular tinha apitado e era uma mensagem do delegado e 2 da Sam. A do delegado dizia “consegui o que pediu, venha buscar”, e as da Sam dizia “Hey consegui.” e “Poderia vir me buscar?”.
- Bom tenho que ir, obrigada pela ajuda. - Digo me levantando e pegando a pasta. - Dessa vez é por minha conta. - Deixo o dinheiro em cima da mesa e saio.

    Novamente nas ruas, passo no Jornal e ajudo Sam a colocar as coisas no bagageiro com a pasta do Instituto e vamos direto para a delegacia onde o delegado estava nos esperando em sua sala com algumas pastas. Entramos, pegamos, colocamos tudo na moto e fomos para casa da Looh.

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